terça-feira, 22 de abril de 2014

CARTÃO *



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          Quando ouvimos falar de desenvolvimento econômico, crescimento e outras notícias que todos gostam nesse campo, imaginamos logo toda uma rede paralela e acessória que os acompanham. Na área da saúde, da educação, dos serviços básicos essenciais à população e por aí afora. Mas não é bem assim. A pressa em não perder oportunidade de lucrar aqui e agora  costuma fazer os aflitos pelo dinheiro despencarem de sua ganância com a mesma velocidade que subiram no topo da pirâmide financeira. O despreparo é uma das principais causas da péssima qualidade dos serviços particulares do mesmo modo que a falta de investimentos públicos reflete na má formação, educação e vida saudável do povo em geral.

            Pois bem, o que me aconteceu, se não fosse relatado poderia ir para a galeria das piadas ou “causos” que acabam entrando para o anedotário.

            Estava num supermercado em Belo Horizonte e fui abordado por um cartaz em que se oferecia cartão de crédito (do próprio supermercado) para facilitar as compras, ganhar  prazo de pagamento sem acréscimos e, o que mais me atraiu: poder fazê-lo sem qualquer taxa, anuidade ou despesas  adicionais. Não perdi tempo e fui logo preenchendo o cadastro em cujos termos  prometiam entregar em domicílio o cartão daí a alguns dias. Assim foi feito, assim foi cumprido. Chegou até mesmo antes do prazo final estabelecido. No envelope do cartão veio junto um contrato e eu, com essa minha terrível mania de ler as coisas, descobri que, se usasse o tal cartão, teria de me sujeitar à anuidade, taxas de serviço, taxa de boleto, taxa de não utilização por mais de seis meses, etc, taxa, etc, taxa...           

            Voltei lá e, atendido pela mesma funcionária que me vendera o “presente de grego”, comentei da propaganda enganosa que me haviam feito e que não iria desbloquear o cartão para o uso, essas coisas ditas no momento da indignação.

            Diálogo (com gerúndio, senão não vale), travado a seguir:

- Pois não, senhor, em que eu poderia “estar ajudando”? Expliquei o fato e ela desconcertada,  me disse

 - O senhor vai ter que  estar ligando para o 4004-1011, que é da administradora do cartão para “estar resolvendo” esse problema. Eu disse que tudo bem e repeti para ela o número como sempre fazemos nessas ocasiões, nem que seja só para estender o papo.

- É 4004, mil e onze, né?

- Não, senhor, é 4004, dez onze.

- Pois, então, mil e onze!

Toda didática, ela ensinava:

- Senhor, é como mil, escrito ao contrario. Retruquei logo:

-Aí é mil e um. Ela me olhou mais detidamente, com aquele jeitão do tipo: “ai, meu deus, como tem gente ignorante...!” e repetiu enfática:

- O senhor tem que discar quatro mil e quatro dez onze. Inconformado com tal confusão e não acreditando na falta de intimidade dela com os números, desafiei:

- Por favor, escreva aí para eu ver o número mil e onze. Desconcertada, tratou logo de dar por encerrada a conversa, num gerúndio de doer ainda mais os ouvidos:

- Olhe, se o senhor não  “ estar discando dez onze”, não vai dar certo.

            Desisti e saí agradecido e rapidamente para não gargalhar ali em meio à fila que já se formava atrás de mim, até mesmo para que a menina não se sentisse ofendida. Será que iria “estar sentindo”?

E o cartão continua guardado.
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* Escrevi isto em 2009, quando  aconteceu o fato mas acho que está atualíssimo.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

09/04/2014 13h20 - Atualizado em 09/04/2014 13h49

Anatel recebe reclamação sobre telefonia celular a cada 23 segundos

  Falta de sinal, cobrança indevida, gente tentando cancelar o serviço. Esses são alguns problemas encontrados no serviço de telefonia celular. No ano passado, a cada 23 segundos a Anatel recebeu uma queixa de gente insatisfeita com o celular.

 

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Quem tem uma reclamação, primeiro tem que tentar resolver com a operadora. O corretor de imóveis Andre Alves tinha um celular pré-pago que, de uma hora para outra, foi bloqueado. Na operadora, ele foi informado que o sinal só seria liberado em 20 dias úteis. “Eu tive até um questionamento por conta dos clientes, que tentavam me ligar e não conseguiam nenhum tipo de contato comigo”. O corretor recebeu uma indenização de R$ 2.500.
O segundo passo é procurar ajuda aos serviços de proteção ao consumidor. “É um serviço que está entre os mais caros do mundo e entre os piores de insatisfação consumidor”, conta o diretor executivo do Procon de SP Paulo Arthur Góes.
O neurocirurgião Sérgio Barros Leal tenta resolver um problema há cinco anos. Ele fez um plano para pagar R$ 479 por mês, mas a conta sempre veio mais alta. A operadora não resolveu e ele foi para a justiça. Desde então, paga as contas em juízo.
A operadora não aceitou e cortou a linha várias vezes. Os pacientes não conseguiram falar com o médico. Em um email, um dos pacientes diz que ficou chateado por não ter tido retorno e que vai procurar outro médico.
Em janeiro deste ano, Sérgio, orientado pela advogada, cancelou a linha e comunicou para a Anatel. A operadora do celular diz que não cancela enquanto não receber os atrasados e não aceita o que foi depositado em juízo. A conta já passa de R$ 43 mil e ele voltou a ligar para a operadora.
“A resposta da moça foi muito simples: 'moço, não perca tempo ligando na Anatel que eles não resolvem nada’. Quer dizer mesmo tendo cancelado e comunicado à Anatel continuo recebendo cobrança como se nada tivesse acontecido”, relata.
Outra forma de reclamar é presencial. A Anatel tem um ponto de atendimento em cada capital, mas pouca gente sabe. Quem chega até ele é porque não conseguiu resolver o problema de outra forma. Veja aqui os canais de reclamação da Anatel.

A analista de informação Ana Paula Albi foi até o ponto de atendimento depois de ficar 15 dias tentando falar por telefone. Foi atendida rapidamente. Registrou a reclamação e a Anatel deu prazo de cinco dias para a operadora resolver o problema. Ela contou que recebeu uma explicação de porque ninguém está conseguindo falar por telefone. “Eles estão com problemas no telefone e que é temporário. E estão trocando de empresa que fornece o telefone para eles”.
A Anatel informou que o atendimento telefônico vai voltar ao normal a partir da segunda-feira (14) e que todas as reclamações são encaminhadas pras operadoras. Segundo a Anatel, no ano passado mais de 82% das reclamações que a agência recebeu foram respondidas dentro do prazo.
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(Fonte:http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/04/anatel-recebe-reclamacao-sobre-telefonia-celular-cada-23-segundos.html

segunda-feira, 7 de abril de 2014

VAMOS DAR A VOLTA POR CIMA?

Pelo que a gente vê, lê, ouve, assiste e sente na pele, acredito que mais da metade das pessoas que compram algum produto aqui no Brasil ou necessitam de uma prestação de serviço, tem alguma queixa ou algum exemplo para dar de mau atendimento, já foi vítima de propaganda enganosa, "comprou gato por lebre", já foi enrolada, já precisou de Procon ou tribunal, enfim, é uma raridade a gente ficar completamente satisfeito com uma compra ou um serviço ou um simples atendimento. Parece que virou até mérito dos vendedores e prestadores de serviço quando fazem algo certinho. Deveria ser obrigação.
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Eu sou do tempo em que o cliente era o"rei". Tinha lugares que estampavam o slogan: "satisfação garantida ou seu dinheiro de volta". Os cidadãos, depois de muito lutar contra a piora das coisas acabaram conquistando o Procon. O que me parece, no entanto, é que pode ter sido um tiro no pé do consumidor, pois agora, qualquer queixa que se queira fazer, temos de procurar essa instituição e não mais o dono do estabelecimento, o gerente, o vendedor para resolver rapidamente a reclamação. Tudo bem, vá lá, o Procon ajuda-nos a resolver muita coisa a que somos submetidos por má fé, displicência ou inexperiência de quem nos vende ou presta serviços e nos atende. Mas a concorrência é que deveria cuidar disso. Além do mais, a demora costuma ser tanta que a gente acaba vencido pelo cansaço.

Este blog vai tratar desses e mais outros incômodos, constrangimentos e raiva pelos quais passamos por aqui e por ali. Vamos "dar nome aos bois" quando tivermos provas concretas de desvios de conduta, dolo e outras coisinhas mais que mancham o nosso orgulho ao gastar nosso suado dinheirinho. A você que aqui vier, seja bem vindo e comente à vontade, bem como faça deste espaço seu megafone. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de quem os postou. Então evite fazer denuncias infundadas (aquelas que não se pode comprovar com alguma documentação ou outra prova material). Vamos remando contra a maré, mas se formos todos juntos, a força faz o barco virar de lado a a maré pode nos levar a outros "mares nunca dantes navegados."